terça-feira, 3 de agosto de 2010

A árvore



Bela e sábia árvore
Que ao tempo sobreviveu
Viu várias de suas colegas partir
E com isso sofreu
Durante os outonos se aborreceu

Quantos casais já se beijaram
De baixo de seus galhos
Quantos não gravaram
A história de amor em seu tronco

Quanto oxigênio não liberasse no ar
Quantas vidas não impedisse de sufocar
E um ser vivo que vê tudo em silencio
E nada pode comentar

Aquele canto isolado da cidade
Quantas pessoas sentem saudade
Onde muitas crianças viveram a brincar
Para você uma imensa felicidade

No verão você fornece sombra
Nos refugia do calor e do sol
Na primavera serve de ninho
E protege entre suas folhas e galhos
Os vários filhotes de passarinho

Mas no outono ficas tão triste
Ao ver suas folhas indo ao chão
E as pessoas reclamam da sujeira
Se preocupam com suas folhas que são adubo
E não estão nem aí para a poluição

Todavia até no frio do inverno
Fosse prova de um amor eterno
Que já acabou
Mas sob a luz de uma lua cheia
Um casal fazia amor sobre suas raízes
Servisse de abrigo para o frio
Testemunha fiel e servil

Agora, pós séculos de história
Alguém quer lhe cortar
E você fica ali sem defesas
Apenas escutando a moto serra gritar

Quanto tempo de história indo embora
Mais uma vida partiu
Um ser vivo que não derrama sangue
Mas sua seiva caiu

André Alvarez
04/09/2008

Uma homenagem a uma árvore centenária que havia perto da casa de meu tio, numa colônia perto de Canguçu, Ela faz parte de minha história e foi derrubada por um homem desnaturado, que não gostava de suas folhas que caia no outono.


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