domingo, 10 de março de 2013

Onde você está?



 
E onde está você?
Está aqui, nas coisas que escrevi
Tudo que foi escrito para você
Como posso reler isso
Sem recordar todos os momentos
De alegria que vivemos
Eu olho entre meus versos
Lá estão todas as letras do seu nome
Há um segredo que você nunca
Conseguiu desvendar
Um significado que você nunca entendeu

Eu olho para o céu
Vejo as estrelas
Buscando o brilho de seus olhos
Mas onde está você?
Vejo a lua tão bela
E ela me deixa triste
Pois me lembra de todas as vezes
Que busquei inspiração nela
Para escrever para você
o som de sua risada
Sua face corada
Depois das brincadeiras
De toda aquela intimidade
Que se acabou em nada

E onde está você?
Está no som do vento
Naquela tempestade no meu quarto
Pois sempre que fecho meus olhos
Você vem na minha mente
Está no frio
Está na chuva
Aquela que molha meu corpo.

Eu sei onde você está
Está onde tem que estar
Não era para ter procurado
Não era para ter sonhado
Não era para ter escrito para você
Palavras que tiveram
Tão doce significado pra mim
Pra você foi como o som do vento
Que não tem significado algum

Ainda bem que o tempo é meu amigo
E me faz esquecer de tudo
Às vezes na solidão volto a lembrar
Mas quando estou bem, não sinto mais nada
E o que restou da lembrança vai desaparecendo
Até não ficar em nada
Pensei que era abençoado por ter uma boa memoria
Até que aprendi que a vida é toda sobre esquecer


   André Feijó Alvarez


Canguçu. 10-03-2013

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